Dentro de alguns dias celebraremos a mais importante data do cristianismo: o nascimento de Jesus Cristo.

Talvez não tenhamos percebido, mas Jesus foi o homem que mais influenciou no nosso mundo. E talvez não só por suas palavras e ensinamentos, mas principalmente por suas atitudes, por seus atos. Digo isso porque em todos os cantos deste mundo ele será lembrado, mesmo nos países que não são cristãos.

A primeira vez que percebi isso foi quando necessitava comprar componentes para computador e fui avisado que depois da segunda quinzena de dezembro não haveria mais entregas até meados de janeiro. Isso porque as fábricas que ficavam na China, Indonésia, Malásia, Singapura, etc fechavam no Natal. Logo sua influência é percebida inclusive nos lugares não cristãos; que não seja por crença, mas pelo menos por respeito.

Natal é data em que se reunirão milhões e milhões de pessoas no mundo todo em seus lares, em volta das mesas para celebrar a remota data do nascimento de Cristo. Relembrar como foram os seus dias e principalmente transmitir de pais para filhos seus ensinamentos.

E tudo começa naquela noite estrelada.

A Judéia não é uma região bonita; montanhas e pedras. Mas vai ouvir o mais bonito e sublime ensinamento.

O menino que nasceu naquela noite vai trazer os mais lindos e transcendentes ensinamentos, que vai confundir e maravilhar os maiores sábios, e vai encher de esperança e amor o coração dos mais humildes.

Sabemos que Maria e José vivem na região de Nazaré, mas nesta época tiveram que viajar para Jerusalém por causa do censo decretado por Roma. Porisso que estão tão longe de casa. E porque Jerusalém estava muito cheia das pessoas de todas as regiões da Judéia que estavam lá, por causa do censo, não encontram acomodação.

E vão encontrar abrigo nos arredores de Belém, num cocho, numa estrebaria.

Um lugar nada nobre para uma alma tão digna, porém essa é a primeira lição do Jesus:

Que adianta ter luxo e ostentação se o coração é um negrume de ódio e rancores?

A noite está escura, mas brilha no céu todas as estrelas anunciando a luz.

Jesus não tem parentes nem amigos para lhe visitar. Mas um anjo vem anunciar aos pastores que o Cristo havia nascido.

E o Sr. Trindade nos lembra que as estrebarias que hoje representamos não se parece em nada com aquela onde Jesus nasceu. As estrebarias eram lugares imundos, com paredes fechadas, sem janelas, sem ar e sem luz; onde os animais se apertavam, às vezes sem lugar para se deitar.

E neste lugar que Cristo nasceu. Ao som do balido dos animais.

Não nasceu num berço esplêndido, num suntuoso palácio em que poderia ter os seus dias estudando e se instruindo para melhor se preparar para sua missão. Em que teria muitos empregados à sua volta para servi-lo. Preferiu uma família humilde, onde serviu sempre de exemplo, de que homem vem para o trabalho, para a superação, para vencer os obstáculos. Que não há vitórias sem lutas.

Agora reina o silêncio, pois o menino dorme, porém nos céus os anjos cantam e reverenciam com a alegria seu nascimento.

O menino descansa ainda por tanto que ainda vai ter que pregar. O quanto ainda ele vai ter que andar por toda a Judéia e imediações para contar sobre Deus, sobre o amor, sobre a vida.

Na terra desértica e árida de areia e pedra vai caminhar aquele que tem a água da vida, aquele que faz as coisas acontecerem, que faz com que floresça. No coração daqueles que estão intranquilos e desesperançados pela maldade, pela cobiça, pelo desamor, vai nascer a muda de esperança, de certeza de um mundo melhor, mais tolerante, mais caloroso; onde podemos deixar nossas armas, arriar nossa armadura e vamos conviver como irmãos.

Martin Luther King disse: “Aprendemos a voar como os pássaros e a nadar como os peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos”. Mas eu digo, calma, é um longo caminho. Desde Luther King disse isso já demos alguns passos. Imagine então como já andamos desde o tempo de Cristo até agora. Tenhamos fé, a estrada é longa; muito longa. Muitas batalhas a vencer ainda.

Luther King também disse: “Mesmo se eu soubesse que amanhã o mundo se partiria em pedaços, eu ainda plantaria a minha macieira”. Nunca é demais fazer o bem. Sempre vale a pena.

Cristo é caminho e caminhar. Ele é o caminho porque através dos seus ensinamentos e de seus exemplos é que conseguimos ir para um lugar melhor. Ele é caminhar porque ele nos aponta um caminho: o da perfeição. Só há este caminho a trilhar. Não importa que você caia; levante-se e continue, continue. Continue sempre. Não importa se você envereda por caminhos tortuosos: aprume-se, recomece. Todos os dias é uma oportunidade para seguirmos.

E finalmente, o amor em Cristo é o amor compartilhado. De nada adianta eu estar feliz em um vale de lágrimas. O que vai nos dar alegria e contentamento é sabermos que estamos colaborando para que todos também sigam esse caminho da perfeição. Que estamos fazendo com que todos caminhemos juntos.

Então, agora chegando o Natal, novamente vamos nos reencontrar com seus ensinamentos. Mais uma vez vamos relembrar tudo o que o Mestre nos ensinou. Vamos mais uma vez reforçar os votos e a fé no caminho que ele nos promete.

Vamos mais uma vez espalhar nossos semelhantes a semente que nos deu. Vamos ensinar as nossas crianças suas palavras e seus exemplos.

Então, guardemos em nosso coração os seus preceitos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

Não importa se para uns o Natal é só uma data comercial. Não importa se para outros o nascimento do Cristo de uma virgem é mera lenda. Não importa se muitos ainda têm o coração duro para receber tão sublimes ensinamentos. Façamos a diferença. Sejamos aqueles a quem o Natal tem o sentido da melhora espiritual. Sejamos aqueles que tem como o Natal o sentido que Cristo se deixou imolar por todos nós.

Uma vez mais, façamos a diferença de que a morte de Cristo não foi em vão porque guardamos em nosso coração o “amai-vos uns aos outros, como eu vos amei. ”

Então nos alegremos. Mostremos que temos a Ele como Mestre, que queremos seguir as suas pegadas. Que confiamos no caminho que ele nos mostra. Sigamos seus conselhos, observemos seus mandamentos e mostremos que o temos dentro do nosso coração. Juntemo-nos aos anjos dos céus que se alegraram com seu nascimento e cantaram glórias. Façamos então um todo com Cristo e o Pai que está nos céus.

“Senhor, desde o momento que te conheci, todos os dias são apenas para me aproximar de ti”.

Se um homem não descobriu nada pelo qual morreria, não está pronto para viver - Martin Luther King.

Um feliz natal!

Bibliografia

1. Trindade, Antônio José Mensagem de Natal, Revista Alvorada d’Uma Nova Era
2. Bíblia Sagrada, O Novo Testamento