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Sinagoga Espírita Nova Jerusalém

Fundada em 1916 por Antônio J. Trindade

O Cristianismo

Daniel Quinto

Proferida em 12 de setembro de 2015


O Cristianismo é hoje uma das maiores crenças do mundo. Estima-se que um terço do mundo seja cristão. Considerando a população de 7 bilhões de pessoas, então seriam 2.300.000 de pessoas, somando todas as religiões cristãs.

A crença no cristianismo repousa na crença de que se cumpriu a promessa feita pelos profetas do Antigo Testamento sobre a vinda do messias. E essa promessa se cumpre em Jesus.

Tão importante foi Jesus para nós do ociedente que passamos a contar nosso calendário a partir de seu nascimento.

Então no ano 33 morre Cristo e nasce o Cristianismo. O Cristianismo é nosso esforço de manter vivo os seus ensinamentos.

Embora ele não tenha escrito nada sobre sua doutrina, seus seguidores nos deixaram um legado de atos, pregações, suas considerações que hoje nos dá entendimento, nos dá luz, esperança...

Embora sejamos suspeitos para falar, o ensinamento de Jesus é muito superior a de outros profetas, gurus; é muito mais abrangente e completa.

O problema começa pelo fato de que Cristo não veio para fundar uma nova religião; não! Ele veio entre os judeus, fez citações dca manuscritos judeus, pregou para os judeus e seguiu em sua vida toda a religião judáica.

E mais, a religião judáica era uma colcha de retalhos, com várias facções que se degladiavam entre si. Estima-se que em sua época havia perto de 40 grupos religiosos dentro da religião judáica. Uns voltados às práticas religiosas; uns mais liberais, outros mais ortodoxos. Todos desinências da religião deixada por Moisés.

Cristo é da linhagem dos Essênios, mas não porisso impôs essa sobre as outras. Ele pregou para todos; como quem diz: "a verdade é uma só".

Repetindo, Cristo não veio criar mais uma religião e muito menos criar mais uma divisão entre os judeus. Ele veio resgatar o judaísmo; unificar a religião e consequentemente fortalecer o Estado de Israel. Não com armas e derramamento de sangue, mas com idéias e convencimento.

Os romanos podiam ter ocupado a Judéia. Mas não podiam destruir o judaísmo se este estivesse na mente e corações das pessoas. O Império Romano (ou qualquer outro) tinha fim, mas um ensinamento, uma idéia não! É atemporal.

Um pouco sobre a expansão do cristianismo

Vimos que Cristo não tinha outra religião senão a Judáica, mas com uma nova roupagem. Era mais intimista, de foro íntimo: "Pedi e obtereis, batei e abrir-se-vos-a." Não é uma imposição "guela abaixo".

E Cristo morreu num prazo muito curto: uma semana. Pegou seus seguidores desprevinidos, embora tenha feito dois sermões na semana de morte.

Quando Jesus morreu seus discípulos continuaram a se reunir e a pregarem, embora timidamente porque havia a perseguição aos cristãos. Repuseram o lugar de Judas que se matou e em seu lugar assume Matias, completando o número de 12. Esse grupo fica dentro da Judéia.

Em seguida aparece um novo personagem: Paulo, que é judeu convertido, tem cidadania romana e também mais recursos; ele não era um simples pescador.

Paula cria várias ingrejas fora da Judéia, várias na Ásia Menor e uma em Roma.

Paulo prega para os gentios. As práticas religiosas dos judeus não interessam; isso os gentios repulsam. Paulo não tem um evangelho. Isso são outros que escreviam depois. Paulo tem uma revelação, uma visão e tem o que ele ouviu falar.

Paulo tem dificuldade de explicar porque o messias tinha que ser judeu; que a salvação abrangia toda a humanidade e não só os judeus.

Então sua doutrina vai tirando os aspectos judáicos e vai ficando com cara universal. O Cristo de Paulo podia ter sido qualquer outro escolhido. A importância era a ressurreição que lhe dava santificação e a crucificação que ele, sem pecado, nos fazia devedores de nossos pecados. Ele se deixara imolar por remissão dos "nossos" pecados.

Não é preciso dizer que o cristianismo pregado fora da Judéia não era o mesmo pregado pelos discípulos dentro da Judéia. Os discípulos tinham a vivência; Paulo tinha a visão.

No ano 65 teve a primeira reunião para que eles alinhassem o discurso; em vão, os discípulos seguiam praticando o Judaísmo e Paulo cada vez mais distante dele.

Outro fato importante foi a diáspora no ano 70. Com isso o polo do Cristianismo passa para Roma. A igreja de Roma é a maior financeiramente e por estar na capital do império é a mais prestigiada.

O único apóstolo que compra essa idéia de cristianismo longe do judaísmo é Pedro. E este acompanha Paulo até Roma.

Não é à toa que são so dois únicos a serem condenados e a morrerem em Roma... e crucificados.

E a grande luta de Paulo foi unificar a doutrina em todas as novas igrejas cristãs, motivo das espístolas a todas as igrejas.

E também lutar contra a contaminação e a concorrência dos judeus da diáspora, que traziam outras interpretações de Cristo.

E toda essa luta de Paulo surtiu efeito e o cristianismo foi ganhando corpo fora da Judéia.

E assim nasce a Igreja que mais tarde seria a Igreja Católica, sinônimo de cristianismo por séculos: rigidiz em forçar a crença mas ao mesmo tempo maleável em se moldar ao contexto.

No terceiro século a igreja de Paulo já era numerosa, rica, fruto de contribuições e influências.

No século III, o Imperador Constantino torna a Igreja Católica como religião oficial. A partir daí o catolicismo ganha o mundo. Conta a lenda que antes de uma batalha, o imperador Constantino teve um sonho de uma cruz nos céus. E como a vitória seria difícil, na manhã seguinte ele manda pintar a cruz nos escudos. Com isso ele obteve uma vitória esmagadora.

E assim temos o cristianismo expandido para todo o mundo conhecido, que chegou até nós.