Fundada em 1916 por Antônio J. Trindade
Conhece-se a Entrada Triunfal como sendo o domingo anterior à crucificação de Cristo, também conhecido como “domingo de ramos .
É um dos poucos incidentes da vida de Jesus que aparece em todos os quatro Evangelhos: (Mateus, Capítulo 21: 1-17, Marcos, Capítulo 11: 1-11; Lucas 19:29-40; João 12: 12-19. Ao combinar as quatro narrativas, torna-se claro que a entrada triunfal foi um evento significativo, não só para o povo da época de Jesus, mas para os cristãos ao longo da história. A celebração de Domingo de Ramos é para lembrar essa ocasião.
Podemos contar a história remontando um pouco de cada evangelho. Então ficaria assim:
(Mateus 16:21-23) Jesus estava em Cesareia com seus discípulos e “a partir desta época (pode-se considerar época em que os discípulos estavam preparados) Jesus começou a mostrar ao seus discípulos ser necessário que fosse a Jerusalém e sofresse muito por parte dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos escribas, e que fosse morto e ressurgisse ao terceiro dia. Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: “Deus não o permita, Senhor! Isso jamais te acontecerá!” Ele, porém voltando-se para Pedro, disse “Afasta-te de mim, Satanás! Tu me serves de pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens.”
(João 11:6-10) Quando Jesus soube que Lázaro estava doente ainda ficou por mais dois dias no lugar onde se encontrava; só depois, disse aos discípulos: “Vamos outra vez à Judéia!” Seus discípulos disseram: “Rabi, há pouco os judeus procuravam apedrejar-te e vais outra vez para lá?” Jesus contesta e eles decidem ir, ao que Tomé ainda comenta: “Vamos também nós, para morrermos com ele.”
Jesus faz o milagre da ressurreição de Lázaro e esse ato fica muito conhecido, e chega ao conhecimento dos Sacerdotes mais esse milagre, ao que Caifás, o sumo Sacerdote antevê a morte de Jesus: “Não compreendeis que é de vosso interesse que um so homem morra pelo povo e não pereça a nação toda?” Ele profetizava não só por si, mas pela Nação mas para a congregação (junção) de todos os filhos dispersos de Deus. Então neste dia resolveram que Jesus iria morrer.
Se aproximava a festa da Páscoa e muitos judeus se dirigiam para Jerusalém para se purificarem. Jesus estava em Betânia na casa de Maria, Marta e Lázaro, que havia renascido. Os sacerdotes decidem matar a Jesus e a Lázaro também que era para apagar também a prova do milagre de Jesus. Betânia é uma local nas proximidades de Jerusalém, tanto que é neste bairro, talvez, nos arredores de Jerusalém onde está o monte das Oliveiras.
Então no dia seguinte, domingo, então, grande multidão que viera para a festa, ficaram sabendo que Jesus também viria.
(Mateus, Marcos e Lucas) Jesus com seus discípulos então vão a Jerusalém. Quando se aproximaram de Betfagé, Jesus enviou dois discípulos, dizendo-lhes: “Ide ao povoado ai em frente e logo encontrareis uma jumenta amarrada e, com ela um jumentinho. Soltai-a e trazei-mos. E se alguém vos disser alguma coisa respondereis que o Senhor precisa deles, mas logo os devolverá. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo profeta. (Zacarias 9:9):
Dizei à filha de Sião (Jerusalém)
Eis que o teu rei vem a ti,
Modesto e montado em uma jumenta,
Em um jumentinho, filho de um animal de carga.
Alguns dos que ali se encontraram disseram: “Por que soltais o jumentinho?” Responderam como Jesus havia dito, e eles deixaram partir. Levaram o jumentinho, sobre o qual puseram suas vestes e Jesus o montou.
Muitos estenderam as vestes pelo caminho, outros puseram ramos de palmeira que haviam apanhado nos campos. Os que iam à frente dele clamavam “Hosana, Hosana, Bendito o que vem em nome do senhor. Bendito o Reino que vem, do nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus.”
Alguns fariseus da multidão lhe disseram: “Mestre, repreende teus discípulos.” Ele, porém, respondeu: “Eu vos digo, se eles se calarem, as pedras gritarão.”
E entrando no Templo, começou a expulsar os vendedores, dizendo-lhes: “está escrito: Minha casa será uma casa de oração. Vós porém fizestes dela um covil de ladrões.”
Jesus sabia da sua morte. Vimos nos relatos que muitas vezes ele andava em cercanias distantes porque além de seus seguidores, havia também os que queriam mata-lo.
Neste diapasão sua pregação foi ministrada em doses homeopáticas durante todos os três anos. Mas agora Cristo se apresenta a todos. Agora ele está na capital, diante de todos, os que o seguem e o seus inimigos.
Tudo o que ele tinha a fazer, já estava feito.
Ele veio dos céus com a missão de propagar a palavra de Deus a todos os homens – para que eles soubessem a verdade e que seguissem verdadeiramente os ensinamentos do Pai. Então as pessoas entrariam no caminho da virtude e não pecariam mais. Esse é o significado de “Eis que vem aquele que vai tirar o pecado do mundo.”
Por que um jumentinho? Os reis, príncipes, enfim, as pessoas importantes vinham à cavalo. Cristo entra como sendo um conquistador vitorioso de uma guerra, que entra na capital “inimiga” após a vitória. Mas não está num pomposo e luxuoso cavalo; humildemente está num burrico, como se fosse para dizer que a vaidade não lhe seduz. É um conquistador não de terras, não de cidades, mas um conquistador de almas, de corações para trazer-nos ao grande rebanho de Deus.
Assim, ele entra em Jerusalém, o coração dos Judeus, e no Templo, coração do Senhor, a casa de Deus. E a purifica, expulsando os vendilhões do templo.
Agora Jesus não mais vai se esconder, nem fugir de seus algozes. Pela vontade de Deus, Jesus agora está à disposição do livre-arbítrio dos doutores da Lei.